Olá a todos. Sou Leonardo Assis, mestrando em Políticas Culturais, do Programa de Ciência da Informação da ECA/USP – orientando da Profa. Lúcia Oliveira Maciel. Neste ano que passou fiquei ausente das discussões e eventos na área da informação. Nem publiquei mensagens neste blog em 2010 (ano do TCC), nem 2011. Credito esse momento ao fato de iniciar o mestrado na ECA e, com isso, dedicar um tempo maior para as disciplinas e leituras. Sou das antigas – espírito lento. Acredito que é preciso de tempo para entender o mundo e saber onde você está.
Confesso a vocês que não foi simples essa primeira fase do mestrado. A mudança de pensar a Biblioteconomia e passar a discutir Ciência da Informação traz uma série de problemas conceituais que não consigo transportar de forma simples. Esse discurso que inicia com a biblioteconomia francesa, chega até aos modernos sistemas de organização do conhecimento americano e misturado a tecnologia, para mim, continua sendo biblioteconomia com uma nova roupa. Pensei várias vezes em escrever um texto sobre esses problemas conceituais com o título A nova roupa do Rei, uma referência ao conto de Hans Christian Andersen. Quem sabe mais para frente eu publico esse texto, mas com esse tempo curto do mestrado não é possível.
No entanto, cheguei a conclusão que a C.I. está em uma fase de legitimação de discurso e que não adianta discutir com eles, pois não querem ouvir. Entre tantas confusões, esse período foi bom para decidir que neste momento de vida estou trabalhando a questão das bibliotecas, principalmente as políticas públicas, e que não abordarei essa discussão que tanto me aborreceu.
Apesar dessa ausência em discussões e eventos da área (não fui para ENANCIB, ENEBDS, EREBDS, nada), participei da criação do Laboratório de Cultura, Informação e Público na ECA USP. Esse projeto ainda está em desenvolvimento e faz parte de um grande sonho que é criar um centro de pesquisa capaz de gerar indicadores para as áreas da informação e cultura no Brasil. O desafio está sendo enorme, pois poucos apareceram para trabalhar voluntariamente e colocar a iniciativa funcionando. Mesmo com tantas dificuldades, estamos pensando em realizar dois eventos esse ano, trazer alunos de Iniciação Científica que queiram discutir as questões que nos são relevantes e começar a criar um corpo de trabalho na USP que atenda as demandas do país.
Também, vale lembrar que em 2011 fui um monitor (sem nenhum vínculo) na disciplina Biblioteca e Sociedade do Prof. Luís Milanesi. Experiência que não tem preço. Já tinha sido monitor na disciplina de Cultura e Políticas Culturais, mas nessa disciplina histórica para área ainda não tinha me aventurado. Precisava ouvir aqueles alunos e perceber quais são as suas realidades diárias de estágio nas bibliotecas particulares e públicas. O resultado foi satisfatório, mas percebi certa superficialidade nas discussões. O aluno do segundo ano na universidade, principalmente no curso de biblioteconomia da ECA, ainda não traz aquele espírito de discutir e questionar as políticas para com as bibliotecas. Tudo isso é compreensível e na minha formação também foi dessa forma. Entendo a todos, apenas meu espírito queria mais.
É isso. Procurei esse caminho da pesquisa e espero que em breve possa trazer novas discussões para o blog. Um desejo que tenho é o de voltar a conversar assuntos da área com todos. Estou preparando dois textos que em breve postarei aqui – títulos ainda provisórios:
- As metas do Plano Nacional de Cultura para com as Bibliotecas: questões e reflexões;
- A atual política da Biblioteca Nacional: desenho de política, estratégia e gestão.
Escreverei sem compromisso teórico e científico aqui. Talvez em algum momento apareça uma citação, mas vou deixar esse formalismo para os artigos. Afinal, isso é um blog e não uma avaliação de pareceristas. Percebi que se nos preocuparmos com tanto formalismo as ideias ficam duras, ou seja, perdem a vida. Portanto, vamos deixar que elas nasçam e gerem discusões junto daqueles que queiram ler algo sobre informação e políticas culturais.
Termino com um trocadilho da célebre frase de Marx.
Informadores de todo o mundo: uni-vos.
Um grande abraço a todos.
Leonardo Assis
06 de janeiro de 2012